DIA NACIONAL E MUNICIPAL DA BOSSA NOVA – 25-01-19

Pelo sexto ano consecutivo, comemoramos em Santos, o Dia Nacional e Municipal da Bossa Nova, no dia 25 de janeiro de 2019, data que se comemora também o aniversário de nascimento de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, maestro, arranjador, pianista, violonista, cantor, compositor e um dos fundadores do movimento.

A data comemorativa foi instituída através de Lei Federal no. 11.926, de 17 de abril de 2009. Em Santos, atendendo ao nosso pedido, o ex vereador Douglas Gonçalves foi o autor da Lei Municipal no. 2.972, de 14 de março de 2014, que inclui, no Calendário Oficial do Município, a Semana da Bossa Nova, sempre de 19 a 25 de janeiro.

A Bossa Nova teve seu marco inicial em 10 de julho de 1958, quando o cantor e violonista João Gilberto gravou o clássico “Chega de Saudade” – composição de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, no estúdio da gravadora Odeon, na Cinelândia, no Rio de Janeiro.

Alguns meses antes, o mesmo João Gilberto tinha acompanhado, com o seu violão, a cantora Elizete Cardoso em duas faixas, a mesma “Chega de Saudade” e “Outra Vez”, no disco “Canção do Amor Demais”, exclusivamente com as canções da dupla Tom Jobim e Vinicius de Moraes, que, na época desta gravação, ainda era desconhecida. A sua inconfundível e incomparável batida sincopada, ao violão, transformou e revolucionou para sempre a música popular brasileira.

Importante destacar que em 2019, quando completa 61 anos de vida, o gênero continua preservado e difundido com muita força, por todas as partes do planeta. Genuinamente brasileira, a Bossa Nova é patrimônio da humanidade. Pela sua importância, características e riqueza cultural.

Esta iniciativa em Santos da realização do Rio Santos Bossa Fest, de 18 a 27 de janeiro, possibilita que as gerações mais novas possam conhecer melhor a Bossa Nova, que atualmente passa por um natural processo de atualização da sua sonoridade. A levada original e única, que permanece preservada, tem recebido alguns ingredientes da modernidade, que dão a ela um ar de frescor e juventude.

O público vai poder ouvir as novas criações e cantar os grandes clássicos, que foram eternizados por Tom Jobim (aniversariante e homenageado do dia), João Gilberto, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Carlos Lyra, Marcos Valle, Johnny Alf, Durval Ferreira, entre tantos outros.

Viva a Bossa Nova! Viva o Rio Santos Bossa Fest 2019, festival democrático e sem barreiras, acessível a todas as pessoas. Com esta inciativa, a cidade de Santos se transforma mais uma vez na capital da Bossa Nova no Brasil!


Marcos Ariel – “Piano com Tom Jobim”

Este lindíssimo CD tributo homenageando o maestro Tom Jobim que merece destaque é do ano de 2000, lançado pelo selo Humaitá Music, pelo genial pianista carioca Marcos Ariel. Além de um inspirado compositor e arranjador de extrema competência, que também se destaca na flauta e nos vocais.

Experiente e muito criativo, ele viveu por mais de 10 anos na frenética ponte aérea entre as cidades do Rio de Janeiro e Los Angeles, gravando discos de altíssimo nível para o mercado americano e japonês.

No ousado formato piano solo, Ariel teve a coragem de regravar temas da obra “Jobiniana”, que foram gravados por diversos intérpretes, de uma forma sensível e marcante, depositando, nas teclas de seu piano, um sentimento ímpar.

Os seus incríveis improvisos merecem muita atenção, reforçando toda sua criatividade e raro talento.
Conseguiu realizar um sonho antigo de gravar as músicas do maior compositor brasileiro de todos os tempos e um dos nomes da música mais interpretados e gravados no Século XX: Tom Jobim.

Destaco as sensíveis interpretações de “Insensatez”, “Inútil Paisagem” e “Ligia” e as maravilhosas “Samba do Avião”, “Desafinado”, “Wave” e “Garota de Ipanema”, fechando a seleção de temas em alto estilo.
Não preciso nem dizer que Marcos Ariel é um músico diferente, apaixonado pelo que faz e que está sempre preocupado em oferecer a boa música para o seu público, seja no piano ou na flauta. Nota dez pela suavidade e belíssima interpretação.


Marcos Ariel – “Jazz Carioca”

Considero o talentoso pianista Marcos Ariel como um dos músicos mais versáteis da nossa música.
Ele manda muito bem no piano, teclados, na flauta, nos vocais, nas composições e nos arranjos e lançou, em 2013, pelo selo carioca Biscoito Fino, um trabalho primoroso também no formato piano solo.

E um fator emocional e familiar deu um toque diferenciado ao disco, que foi especialmente produzido e gravado pelo seu filho Lucas Ariel, que correspondeu plenamente com o importante ofício.

Ele transita pelo Jazz, Choro e Bossa Nova com muita propriedade e competência e é um dos grandes representantes da música instrumental brasileira, tão inspirada e importante.

É o 26ª trabalho da sua vitoriosa carreira e o 7ª lançado neste formato intimista, que particularmente gosto muito.
O que mais chama a atenção é seu estilo elegante de tocar, com nítidas influências da música erudita, que dão, aos seus arranjos e interpretações, uma sonoridade muito marcante e especial. E ouvir seus improvisos é sempre algo surpreendente e muito especial.

O repertório foi especialmente escolhido por ele e traz uma homenagem aos gigantes do Jazz, Thelonious Monk, Wayne Shorter, John Coltrane, Charlie Parker, Bill Evans, entre outros, além de inspiradas composições autorais.

Meus destaques ficam por conta de “Blue Monk”, “Ana Maria”, “Giant Steps” e “Round Midnight” (as minhas preferidas), “Invitation”, “Donna Lee” , “Journey To Recife” e as autorais “Valsa para Alice”, “Músico no Parque” e “Ponteio da Manhã”.
Trabalho importante que mescla o melhor do Jazz com o tempero e o sabor bem brasileiro, seguindo o estilo do pianista.

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