B.B. King – O rei do Blues

O gigante Riley Ben King, ou simplesmente B.B. King, considerado o Rei do Blues, pode ser considerado como um dos guitarristas mais importantes de todos os tempos.

Aquele que teve propositalmente nas iniciais do nome, as letras B.B., de Blues Boy. E que também cantava e compunha com absoluto talento.

Sua carreira vitoriosa durou mais de 60 anos, que resultaram na venda de milhões de discos em todo o mundo, mais de 50 álbuns primorosos, mais de uma dezena de prêmios Grammy e condecorações no Hall da Fama da Blues Foundation e do Rock And Roll.

Sua vida foi marcada por intensas e marcantes turnês, que o levaram a conquistar as plateias de mais de 100 países, por onde se apresentou, sempre com alegria, talento e animação.

Curiosamente, desde a década de 50, tocava com a sua inseparável guitarra Gibson, chamada carinhosamente de “Lucille”, sua marca registrada.

Diz a lenda que isso aconteceu em razão de um incêndio, ocasionado por uma briga entre dois homens, que aconteceu em um salão onde ele se apresentava. Como foi necessária a evacuação do local de forma rápida, B.B. King deixou sua guitarra no palco. Desesperado, ele voltou ao local para reaver sua guitarra e escapou por um milagre. No dia seguinte, ele soube que os homens que brigaram e que derrubaram um barril cheio de querosene, que era usado para aquecer o salão, por causa de uma mulher chamada Lucille. E, foi assim, todas suas guitarras receberam este nome carinhoso.

Lembro com emoção de alguns de seus clássicos gravados, como “The Thrill Is Gone”, “Every Day I Have The Blues”, “When Love Comes To Town”, “You Don’t Know Me”, “Three O’ Clock Blues”, “Please Love Me”, entre tantas outras inesquecíveis.

Outra curiosidade é que B. B. King foi um músico autodidata e nunca teve uma aula de música sequer com professores convencionais. Coisas que só os gênios conseguem realizar e ele era um destes seres humanos especiais.

Veio ao Brasil em várias oportunidades e a última vez que esteve por aqui, foi no ano de 2012, se apresentando em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Tinha também uma ligação afetiva muito forte com a casa de shows paulistana, Bourbon Street Music Club, que considero como a mais importante do Brasil.

B. B. King inaugurou, 2 décadas atrás a casa de shows, especializada no Jazz e Blues, realizando o grande sonho de seus proprietários, que tiveram a coragem e a ousadia de apresentar uma proposta para ele. E que foi aceita prontamente. E, depois disso, foram várias apresentações na casa.

Por esta razão, a sua guitarra Lucille está exposta na entrada da casa, como um verdadeiro troféu e talismã.
Eterno B.B. King, o verdadeiro e único rei do Blues. Sua música e imagem eternamente alegres, estarão sempre conosco.


“Banda Guanabara”

Ir ao Rio de Janeiro e não visitar no Bairro de Ipanema, a loja de CDs e livros “Toca do Vinícius” do meu querido amigo Carlos Alberto Afonso (grande conhecedor da Bossa Nova), é como ir a Roma e não ir ao Vaticano para ver o Papa.

E conversar com ele, ouvindo suas muitas histórias, é algo simplesmente imperdível. Sempre que vou até a Cidade Maravilhosa (sempre maravilhosa), reservo algumas horas para esta visita muito agradável, que considero como o verdadeiro “Templo da Bossa Nova”. Por lá, sempre consigo garimpar algumas raridades.

Uma delas que resgatei alguns anos atrás é o CD da Banda Guanabara, formada por Nema Antunes no contrabaixo, Marco Britto nos teclados, Léo Amuedo na guitarra, Teo Lima na bateria e Marcelo Martins nos saxofones.

Uma banda incrível e muito afinada, que tem como padrinho, nada mais nada menos, do que o genial Ivan Lins, que inclusive participou em 2 faixas do disco.

E esta turma de feras costuma acompanhá-lo em diversos shows pelo Brasil e pelo mundo afora.

Em 2011, eles lançaram o trabalho independente, que leva o nome da banda e que trouxe, no repertório, somente as composições de Ivan Lins e de seus principais parceiros. Grande sacada.

Destaco os temas conhecidos “Novo Tempo”, “Velas Içadas”, “Bilhete”, a lindíssima “Setembro” e “Dinorah, Dinorah”. E mais as surpreendentes e desconhecidas “Missing Miles” e “4 X 3”, todas interpretadas com absoluto talento e requinte.

A obra musical de Ivan Lins, depois de Tom Jobim, é para mim, uma das mais ricas e inspiradas de todos os tempos.

E a releitura de suas músicas, interpretadas por estes músicos de altíssima qualidade (grandes amigos e cúmplices do Ivan), é a mistura certa para um grande disco. Não teve erro. Somente música instrumental da melhor qualidade.


Marcos Valle & Celso Fonseca – “Página Central”

No ano de 2009 foi lançado pelo selo Biscoito Fino um dos discos mais saborosos da nossa Música Popular Brasileira.

“Página Central” reuniu o piloto experiente Marcos Valle, nos teclados, piano e voz, e o copiloto Celso Fonseca na guitarra, violão, voz e letras para um repertório, absolutamente inédito em 12 parcerias da dupla, com temas instrumentais e outras canções cantadas.

Um mistura bem temperada de Bossa, Samba, Soul e Pop, que possibilitaram altos voos musicais.

Destaco as participações especiais do grupo Azymuth, da cantora Patrícia Alví e Jaques Morelenbaum, entre outros nomes importantes.

Os temas instrumentais são muito inspirados e nota 10 para todos os quesitos: grupo de base, vocalises, naipe de sopros, orquestra de cordas e todos os demais tripulantes.

Para a orquestração, chamaram o competente trompetista e arranjador Jessé Sadoc, que já trabalha há muitos anos com Marcos Valle e conhece com muita propriedade seu estilo e gostos musicais.

Marcos Valle e Celso Fonseca, que são muito amigos e que se admiram mutuamente, fizeram um disco acima da média.

A parceria deu tão certo que os dois já pensam em voltar a compor juntos.

Tudo começou quando Ronaldo Bastos fez um disco com Celso Fonseca e presenteou Marcos Valle.

Ele gostou tanto do que ouviu que convidou Celso Fonseca para dividir com ele alguns shows pelo Brasil e pela Europa. Estava consolidada a amizade e a parceria musical.

E o detalhe mais curioso deste trabalho é que, em apenas 2 dias, o repertório estava composto e completo.
Uma parceria rápida e fulminante.

A música, tem esse raro poder.

Tomara que um dia eles retornem novamente ao estúdio para registro das novas composições. Nossos ouvidos agradecem e aplaudem.

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